A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou, na primeira semana de dezembro, a proposta que permite tirar carteira de habilitação específica para motoristas que conduzem veículos com câmbio automático. O relator na comissão, deputado Hugo Leal (PSB-RJ), apresentou um substitutivo ao analisar a sugestão feita pela deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), que tratava apenas da condução de motocicletas, passando a valer também para carro automático.
O Projeto de Lei 7746/17 acrescenta dispositivos ao Código de Trânsito Brasileiro, prevendo multa em caso de infração. De acordo com o substitutivo apresentado pelo deputado, vão ocorrer mudanças nos exames de direção, e os candidatos poderão ser habilitados a dirigir apenas carro automático. Isso significa que o condutor aprovado nessa categoria não poderá dirigir veículos com transmissão mecânica. Caso o faça, o motorista cometerá infração gravíssima, que pode acarretar multa e retenção do veículo.
“Propomos estender essa possibilidade a todos os tipos de veículos. Afinal, além das motocicletas, motonetas e ciclomotores, a tecnologia do câmbio automático está presente também em automóveis, ônibus, micro-ônibus e caminhões”, disse Hugo Leal.
O perito aposentado Clovis Xerxenevsky, com experiência na análise de acidentes de trânsito, considera a proposta interessante. Ele entende que há uma tendência mundial de que os carros se tornem automáticos e que os dois tipos de câmbio dão origem a duas formas diferentes de dirigir. “Muitos acidentes acontecem porque a pessoa não tem habilidade suficiente, faz a troca equivocada, em vez do freio pisa no acelerador. Quando troca de um carro para outro, tem de se adaptar, se acostumar a uma nova realidade. E quem usa o carro automático não quer mais usar o mecânico”.
Cresce a procura por carro automático
Segundo a consultoria Jato Dynamics, entre 2012 e 2016, as vendas de carros automáticos cresceram 13,5%. Só no primeiro semestre de 2017, 42% dos emplacamentos corresponderam a carros equipados com transmissões automáticas.
É importante lembrar que proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fonte: Revista Exame, Revista Veja e Gaúcha ZH