O tema da inteligência artificial está cada vez mais presente nas conversas. É algo que todos mencionam, desejam, temem ou elogiam. Esse entusiasmo global abrange diversos aspectos, inclusive o setor automotivo. Nos últimos meses, a IA e a mobilidade têm sido discutidas inúmeras vezes.
Atualmente, algumas pessoas aplicam o termo “inteligência artificial” para descrever certos aspectos de suas tecnologias, embora o momento ainda não seja completamente propício. Para os entusiastas, uma IA é algo como o HAL 9000 de “2001: Uma Odisseia no Espaço”, a Skynet de “O Exterminador do Futuro” ou qualquer androide que apareça em filmes, desde “Guerra nas Estrelas” até “Blade Runner”. Contudo, a realidade atual nos mostra que são simplesmente computadores conectados à internet e alimentados por uma vasta quantidade de informações.
Portanto, embora ainda estejamos distantes dos cenários de ficção científica, há movimentos nessa direção. Parece certo que a inteligência artificial irá assumir cada vez mais o controle de nossos veículos automotores. Abaixo, exploramos onde e como isso pode ocorrer.
Condução autônoma efetiva
A ideia da condução autônoma não é nova. Alguns fabricantes continuam a investir nela, enquanto outros parecem ter desistido, pelo menos por enquanto. Atualmente, vemos os primeiros exemplos do nível 3 de automação, permitindo ao carro controlar a direção, freios e aceleração em situações específicas. A inteligência artificial pode ser fundamental nesse avanço.
Carros capazes de se dirigir sozinhos, graças a sensores cada vez mais precisos (radar, câmeras, lidar) cujos dados são processados em tempo real por uma IA capaz de tomar decisões em diversas situações. Desde o tráfego urbano até viagens longas em rodovias. Esses sistemas são capazes de aprender continuamente para se adaptar melhor a diferentes circunstâncias, além de oferecer previsões com base em dados de navegação via satélite ou fontes externas.
No entanto, ainda há questões em aberto, como a responsabilidade em casos de acidente (no Reino Unido, por exemplo, ela recai sobre os fabricantes) e as escolhas éticas que a IA deve fazer em situações de perigo. Esses dilemas são explorados pela plataforma online Moral Machine, desenvolvida pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), que visa estabelecer um código moral para ser ensinado às inteligências artificiais.
Entretenimento avançado e informativo
Atualmente, estamos acostumados a encontrar monitores cada vez maiores nos carros. Desde instrumentos digitais até telas para passageiros dianteiros e traseiros, o presente já é digital. No futuro, esses dispositivos serão ainda mais inteligentes graças à IA.
Assistentes de voz sofisticados – a DS, por exemplo, está experimentando a integração do ChatGPT em seus modelos – serão capazes de executar tarefas complexas para gerenciar todos os aspectos do carro, até mesmo de forma automática, com interações mais naturais e eficientes. O software poderá evoluir com o tempo, aprendendo preferências musicais e oferecendo atualizações OTA (over the air) mais precisas e pontuais, mantendo o carro sempre atualizado.
Prevenção é melhor que cura
Com que frequência ligamos o carro e nos deparamos com uma falha inesperada? Luzes acesas no painel e uma visita ao mecânico para resolver o problema, com um gasto financeiro significativo. A inteligência artificial pode ajudar nesse aspecto, monitorando constantemente o estado do veículo e realizando check-ups abrangentes para evitar falhas antes que ocorram.
Isso não só reduz custos, mas também aumenta a segurança, pois um carro com problemas mecânicos não é seguro. Essas funções preditivas da IA têm o potencial de salvar vidas.
A melhor rota possível
Para quem dirige regularmente um carro elétrico, o navegador por satélite é essencial, especialmente para planejar paradas de recarga ao longo da rota. Às vezes, ele até reserva automaticamente estações de recarga, pré-condicionando as baterias para uma recarga mais eficiente.
Com a inteligência artificial, esse aspecto também evoluirá, recalculando a rota em tempo real com base em mudanças no trânsito, clima ou estilo de condução. Isso inclui um gerenciamento de bateria mais preciso, garantindo uma viagem tranquila e sem contratempos.
Conexão permanente
Estamos em uma era onde a IoT (Internet das Coisas) desempenha um papel crucial. A IoT conecta todos os objetos à rede – não apenas smartphones, mas também eletrodomésticos, luzes, sistemas de alarme e carros. Isso cria uma rede global de comunicação entre tudo ao nosso redor, graças à inteligência artificial.
A IoT é a base das cidades inteligentes, onde semáforos, edifícios e veículos estão interligados e se comunicam entre si. Essa rede coleta informações para evitar congestionamentos e acidentes. Em resumo, carros capazes de se comunicar uns com os outros (V2V, Vehicle to Vehicle) podem permitir o desenvolvimento de cidades que se auto-gerenciam por meio da IA. Isso inclui semáforos que antecipam mudanças de sinal e sistemas que alertam sobre obstáculos na estrada. Tudo isso é gerenciado por um software complexo capaz de se adaptar às condições em tempo real.